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Barcelos no Caminho de Santiago

Barcelos no Caminho de Santiago

Por um caminho de terra batida, ladeado por muros velhos em pedra, quem peregrina pelo Caminho Português de Santiago entra no concelho de Barcelos pela freguesia de Macieira de Rates. Ao longo do caminho, são várias as botas velhas, usadas, que já não cumprem o seu papel de proteção. Significam que ao longo do percurso da vida temos que ir deixando para trás aquilo que já não cumpre a sua função. Por outro lado, são o testemunho do Caminho percorrido: estão carregadas de vivências, histórias, dores e alegrias que deixámos no passado.

"As botas que vamos deixando pelo caminho", por Olga Figueiredo

Durante o Caminho, tal como na vida, existem alturas em que nos encontramos "encruzilhados", sem saber qual “caminho” escolher.

"As encruzilhadas do caminho", por Olga Figueiredo

O nascer do sol ilumina o Santuário de Nossa Senhora da Franqueira, abençoando os peregrinos que optam pela Variante da Franqueira para rumarem a Santiago de Compostela por terras de Barcelos.

"Luz do Caminho", por Luciano Fernandes

As setas amarelas vão-nos guiando para o nosso destino. A “nossa seta amarela”, sinal de solidariedade entre Peregrinos: pintada voluntariamente por uns, para que outros possam ter um Bom Caminho!

"Seta Solidária", por Joana Abreu

Já mais próximos da cidade de Barcelos, uma idosa, em suas lides rurais no seu quintal, fica muito admirada por saber que as dezenas de Peregrinos que passam diariamente à sua porta seguem até Santiago de Compostela.

"Caminho Rural", por Manuel Peixoto

Chegar a Barcelos é alcançar um Museu Vivo do Caminho Português de Santiago. Barcelos é uma (senão "a") cidade mais importante do Caminho Português de Santiago em território português. São inúmeras as fotografias tiradas por Peregrinos junto às águas do Rio Cávado, com a vista para os Paços dos Condes de Barcelos. Os peregrinos atravessam a Ponte “Peregrinos de Santiago” em direção a Compostela. O nevoeiro denso envolve a Ponte e os Peregrinos, criando um ambiente misterioso. A água, quase parada, reflete a estrutura da ponte e dos Peregrinos, adicionando uma sensação de serenidade, espiritualidade e introspeção: uma busca da conexão com o divino e consigo mesmos.

"Ponto de encontro", por Vera Araújo

"Caminhos de Santiago: Reflexões na Neblina", por Wilson Silva

"A ponte", por António Tedim

O Cruzeiro do Senhor do Galo é visita obrigatória para Peregrinos e “Bicigrinos” no Centro Histórico da cidade de Barcelos.

"O cruzeiro", por Cristina Costa

Barcelos é, também, sinónimo de Hospitalidade. Ser acolhido num Albergue de Peregrinos é partilhar experiências e emoções com Hospitaleiros e outros Peregrinos. No Albergue Cidade de Barcelos, um dos momentos mais marcantes de partilha é realizado durante a “Queimada”. O lume da “Queimada” aquece, ilumina e une testemunhos com um único propósito: chegar a Compostela!

"Queimada", por Tiago Abreu

São muitos os Peregrinos que percorrem o Caminho Português por terras de Barcelos, Cidade Criativa, “guiados” por John Brierley. Da arte de Joaquim Esteves nasceu um “obrigado” ao John (Sócio Honorário da nossa Associação) por toda a orientação e “presença” durante as últimas duas décadas (desde 2005).

"John", por Mariana Lourenço

Os Peregrinos fazem parte, diariamente, da “paisagem” da cidade de Barcelos. É com naturalidade que, com a partida em terras Algarvias, Peregrinos peregrinam com o seu burro, por Barcelos, rumo a Santiago.

"Caminho never ends", por Manuel Peixoto

Para além da “seta amarela”, quem percorre a cidade de Barcelos é, também, guiado por vieiras cravadas nas pedras, um dos símbolos mais marcantes do Caminho de Santiago. Para além de guia, a vieira identifica os Peregrinos como tal, na sua jornada diária de superação, conquista e autoconhecimento.

"A concha de Santiago", por Cristina Costa

Fazer “o Caminho” (há quem diga que “o Caminho é que nos faz…”) permite conhecer territórios, tradições, as gentes e a sua história. Entre ruas e recantos, o Caminho mostra a sua conexão com a Cultura e a Arte. Ao passar em Barcelos, o Peregrino é envolvido pela Hospitalidade e acolhimento do seu povo, da sua arte e da sua criatividade.

"Caminhar com arte", por Filipe Costa

Por mais dificuldades que o Caminho nos possa apresentar, há sempre a companhia da nossa sombra. Mas quando visualizamos duas sombras, é sinal que uma das principais bênçãos d`o Caminho está a ser conseguida: a partilha nesta fantástica experiência humana, religiosa, cultural e espiritual!

"As sombras d’O Caminho", por Paulo Veiga

Seguimos na direção da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Aborim, continuamente guiados pelas setas que nos “dizem” o caminho. As várias horas de caminhada são um encontro contigo mesmo, e um reviver do passado, uma celebração do presente, e um desejo por um futuro repleto de Paz.

"Caminho Português de Santiago", por Luís Maciel

"Nunca estás só no CAMINHO", por Bruno Loureiro

Rapidamente alcançamos outro “Ponto Emblemático”: a Ponte das Tábuas.

"Caminho Português de Santiago", por Luís Maciel

"Ponte das Tábuas Século XII", por Sérgio Pinheiro

Um dia “duas gerações” percorriam, de mão dada, o “Camino”. Uma peregrina francesa, septuagenária, exclama: “O seu filho tem muita sorte! Com cinco anos já sabe o que é o Caminho de Santiago. Eu só o descobri com setenta anos. E agora… não tenho tempo!”

"Cumplicidades", por Noé Gomes

Muitos partem para o Caminho a pensar que se trata, somente, de uma longa caminhada ou de um desafio físico. Mas isso é ir a pé a Santiago, não é fazer o Caminho de Santiago. O Caminho é ser feliz com os nossos “companheiros de viagem” e com o Outro, porque o Outro somos nós mesmos. O Caminho é uma jornada de descoberta interior. Não desanimemos com as dificuldades que surgem ao longo do nosso Caminho. São, simplesmente, a jornada que temos para esse dia. E se é essa a jornada, é porque há uma lição a aprender dela. Todas as dificuldades desaparecem quando as encaramos como oportunidades de aprendizagem. Não vás para o Caminho para competir ou ensinar. Vai para o Caminho aprender. Abre o coração. Agradece em vez de exigires. E assim terás um Bom Caminho!

 

"Chegada", por Artur Figueiredo